Entenda o que são essas habilidades e competências sociais que diferenciam os profissionais hoje em dia e veja desenvolver soft skills
Já ouviu falar em soft skills? São as competências sociais e emocionais relacionadas a nossa forma de agir no dia a dia. Elas são muito importantes e bem avaliadas quando um profissional se candidata a um emprego. “Antigamente, para alguém concorrer a uma vaga, era necessário que tivesse desenvolvido uma grande quantidade de habilidades técnicas. Hoje em dia, as habilidades de inteligência emocional são também muito requisitadas”, explica Bruna Fioreti, jornalista, consultora de branding pessoal e master coach com foco em Psicologia Positiva.
E essa mudança não acontece apenas em relação ao profissional, mas também à empresa. “Antes, tinha-se a expectativa de que a carreira fosse definida pelas organizações e os empregados eram apenas os personagens dessa carreira trilhada e pensada por outra pessoa”, diz Daniela Almeida, psicóloga e gerente de gente e gestão na construtora Tenda. Com as transformações digitais e as novas formações de empresas aparecendo no mercado, esse modelo se transformou.
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“O profissional deixa de ser um sujeito passivo para ser ativo com propósito, escolhas, desejos e princípios. Assim, a carreira passa a ser de responsabilidade de cada um, que deve buscar elementos e experiências que façam sentido para aquilo que se quer no futuro, comparando seus planos com o estágio em que se encontra”. É o que ressalta, também, Priscila Pereira da Silva, gerente acadêmica de Pós-Graduação da Platos. “Quando falamos de desenvolvimento de carreira há um grande incentivo por meio de programas elaborados pelas áreas de Recursos Humanos ou Gente, para que os colaboradores possam ser protagonistas de suas carreiras, ou seja, pensar e construir o seu plano de carreira – onde estou e aonde quero chegar – e, para isso, identificar quais competências técnicas, as hard skills, e comportamentais, as soft skills, deve desenvolver”.
Isso não significa, no entanto, que o aprimoramento profissional está em segundo plano. Ao contrário, é fundamental que a formação seja prioridade de qualquer profissional. “Vivemos uma tecnologia exponencial dominando o mercado e, portanto, as mudanças acontecem em uma velocidade que a cabeça humana não acompanha. O que podemos fazer é nos aperfeiçoar dentro de nossas áreas de atuação de maneira a encontrar nossos diferenciais e nos fazer úteis”, diz Bruna. O lifelong learning, ou seja, a aprendizagem contínua, é algo para se começar a partir de agora. Busque uma educação mais plural, complementando seu caminho do conhecimento através de cursos, experiências diversas e projetos multifuncionais.
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COMO TREINAR AS SOFT SKILLS?
Como treinar as soft skills? “Em tese, somos treinados durante a vida inteira”, conta Bruna. A consultora explica que isso pode acontecer dentro de sua própria família, como por exemplo, quando você se relaciona com ela e tenta entender melhor as emoções das outras pessoas praticando a empatia. “Fazendo isso, você estará trabalhando uma das principais soft skills de que o mercado precisa hoje”. No entanto, há cursos que podem ajudar a desenvolvê-las. “Tem muitas habilidades que são necessárias e outras que podem variar de acordo com a área. A empatia vai ser necessária em todas, assim como a aprendizagem ativa, relacionada à capacidade de aprender a aprender”.
Segundo Daniela de Almeida, no último Fórum Econômico Mundial, que aconteceu em janeiro de 2020, uma pesquisa mostrou as 10 habilidades indispensáveis para atuação no mercado de trabalho. Veja, a seguir, quais são elas:
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- Resolução de problemas complexos
Quando a pessoa consegue lidar com problemas que nunca teve anteriormente.
- Pensamento crítico
A habilidade de fazer perguntas curiosas que entendam a origem e o desenrolar das situações. “Por exemplo, ao se deparar com um problema, espera-se do profissional com pensamento crítico que ele vá além das perguntas óbvias do porquê, como, quando, quem e onde. Ele precisa realizar perguntas relacionadas aos motivadores da decisão, dos impactos perceptíveis e imperceptíveis, das expectativas ao realizar aquele plano, quais foram os detratores ou facilitadores. O pensamento crítico não é realizar a crítica, é saber fazer uma investigação da causa raiz de um problema a ponto de conseguir identificar os motivadores reais”, explica Daniela.
- Criatividade
No mundo atual temos muita informações disponíveis, só que apenas consumi-las não é suficiente para que gerem experiência e possibilitem a resolução de problemas. A criatividade é a conexão dessas informações com as situações que vivemos, possibilitando experiências mais enriquecedoras. Para ter esses “insights criativos” é importante ter ciência de que essa informação que recebemos é de qualidade. “Uma das formas de desenvolver a criatividade é exercitar o nosso olhar mais múltiplo para as coisas, para além do que nos é dado e mastigado”, indica Bruna.
- Gestão de Pessoas
Quantas vezes escutamos que as pessoas são o ativo mais importante de uma organização? Muitas. Afinal, o que isso significa? Que uma empresa pode ter a melhor tecnologia a serviço do seu produto, mas se não tiver pessoas capacitadas e engajadas na produção, de nada adiantará. “A competência de gestão de pessoas vem sendo reforçada como a capacidade de conexão entre elas para que, juntas, construam um significado, gerando produtividade e motivação”, explica Daniela. Ideia complementada pela gerente acadêmica Priscila. “Uma das habilidades mais requisitadas é a de um líder identificar os pontos fortes de cada um de seus liderados, reconhecendo-os, dando feedbacks contínuos e dialogando sobre os aspectos que precisam ser trabalhados”.
- Colaboratividade
Trabalhar em equipe é uma competência que exige que o profissional saiba oferecer o seu melhor, e também receber o do outro. É como uma troca de ofertas irrecusáveis que gera um bom resultado para o trabalho. No final, é um ganha-ganha para todos.
- Inteligência emocional
Como você lida com as próprias emoções e com as pessoas? Essa é uma habilidade social diretamente relacionada ao autoconhecimento. É necessário perceber as reações que se tem, quais são seus motivadores e, consequentemente, aprender a controlá-las. “Pode parecer um fluxo de processo fácil e prático, no entanto, gosto de fazer a comparação clássica de uma cebola: nossa personalidade é cheia de camadas, assim que se descobre os motivadores de uma, temos acesso a outras camadas que nos levarão a outros motivadores de nossas ações”.
- Tomada de decisões
Decisões acontecem a todo momento, certo? O que se espera é que, dentro das empresas, essa ação seja menos automática, sempre levando em consideração os impactos que ela trará e se o objetivo desejado será alcançado. Decisões tomadas de forma acertada levam em consideração análise dos cenários em que estão inseridas (pessoas, processo, investimento, recursos).
- Orientação por serviços
Aqui, segundo Daniela, a competência se dá em perceber além do óbvio, que é entregar seu trabalho e pronto. Essa capacidade está ligada a como gerar encantamento a partir daquilo que fazemos em nosso dia a dia profissional.
- Negociação
Como o próprio nome sugere, está relacionado a como cada profissional pode ceder dentro do ambiente de trabalho para chegar a um ponto comum.
- Flexibilidade cognitiva
Aquele conhecido termo de “pensar fora da caixa” se refere a essa habilidade. Encontrar soluções inovadoras para problemas que já existem é muito importante para todo profissional. E a saída não precisa ser complexa, muitas vezes é algo bem simples, mas que se deixa passar quando não se analisa a questão com tranquilidade e por todos os lados.
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