Alan Mathison Turing nasceu em 23 de junho de 1912, em Londres. Filho de família anglo-irlandesa, seus pais Julius Mathison Turing e Ethel Sara, já observavam desde criança os indícios de uma inteligência fora do comum. Aos 13 anos foi para Sherborne School, uma das escolas mais prestigiadas do Reino Unido. E ainda que a distância, de 1000 quilômetros de onde morava, fosse um grande empecilho, o garoto não desistiu. Em seu primeiro dia de aula, devido a uma greve que tirou os trens de circulação pedalou até o colégio.
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Trajetória precoce
Com apenas 15 anos resolvia equações complexas. Aos 23 anos, formou-se em matemática pela com honras, pela Universidade de Cambridge.
Nesta época, além da corrida, que era seu esporte favorito desde criança, seus principais interesses giravam em torno da matemática e da física. Em 1948 o matemático chegou a participar das eliminatórias para representar seu país nas Olimpíadas 1948. Praticou até uma lesão na perna exigir o fim da atividade.
Matemático, “Pai da computação” e herói de guerra
Após sua primeira graduação, o matemático inglês dedicou-se a estudar teoremas que podiam ser comprovados, e a Teoria da Computabilidade. Sua consagração veio após a criação de uma máquina automatizada, a Máquina Turing, considerado um protótipo dos computadores que existem hoje, que já na época era capaz de manipular símbolos em fitas, guardar informações e até mesmo, solucionar cálculos representados por um algoritmo.
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Durante a Segunda Guerra Mundial trabalhou para o governo britânico no serviço de Inteligência e quebra de códigos. Neste período, decifrou o “Enigma”, criptografias utilizadas na comunicação do exército Nazista, tática que possibilitou vantagens aos Aliados.
O “Pai da Computação”, como é considerado, desenvolveu também o Teste de Turing, uma espécie de inteligência artificial, em que era possível verificar a capacidade do computador em imitar o cérebro humano. O teste consistia em perguntas feitas por uma pessoa à máquina, e então respondidas com texto. Caso o computador respondesse com a precisão mais próxima de um humano, podendo até mesmo enganar quem perguntou, o teste seria concluído com sucesso.
Condenação e morte
Em 1952 enfrentou um processo criminal, de “Indecência Grave”, numa época em que a homossexualidade era considerada doença e, se relacionar com o sexo oposto, era crime.
Condenado pelo Governo britânico, sua pena foi a castração química, através de injeções de hormônios femininos. Essa decisão desencadeou na destituição do seu posto no Bletchley Park – Centro Inglês de Decodificação, e em um quadro profundo de depressão.
Aos 41 anos, foi encontrado morto por envenenamento a base de cianeto, em sua residência em Wilmslow. Até hoje não confirmam se foi suicídio, no entanto, alguns estudiosos dizem que este envenenamento se deu pelo uso exacerbado de remédios que Turing fazia.
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Pedido de desculpas e reparação histórica
Através do então primeiro ministro inglês Gordon Brown, em 2009, foi proferido um pedido de desculpas em nome do governo. Em 2013, Turing foi perdoado da condenação por prática homossexual, pela rainha Elizabeth II.
Em julho deste ano a notícia vinda do Banco Central do país, anunciou que Alan Turing seria homenageado ao estampar as notas de 50 libras. A ação aconteceu numa votação popular e entrará em circulação em 2021.
Excepcionalidades de Alan Turing
- Alan Turing escreveu o primeiro programa de xadrez para computadores.
- Foi encontrado 148 cartas escritas pelo matemático, numa delas respondia o convite para dar uma palestra nos Estados Unidos. Em sua resposta ele revelou: “Não gostaria da viagem, e eu detesto a América”.
- Turing costumava jogar Monopoly Willian Newman, filho de um outro matemático, Max Newman. Em 2012, para celebrar o centenário de seu nascimento uma versão do jogo foi produzida com seu nome.
- Em 2015 sua história foi contada no filme O Jogo da Imitação, pelo diretor Morten Tyldum. A interpretação ficou por conta do ator Benedict Cumberbatch e o longa ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado.
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