Encontrar o profissional adequado para a vaga é um dos desafios dos recrutadores e, durante o planejamento do processo seletivo, uma das coisas que precisam ser levadas em consideração é como saber se candidato mente no currículo.
Por mais que pareça óbvio que mentir no CV não é uma boa ideia, algumas pessoas tendem a “florear” seus feitos para que o documento fique mais atrativo em relação à vaga. Com isso, cabe aos profissionais de RH avaliarem essas informações para definir se são ou não verdadeiras.
E como os responsáveis por filtrar os perfis e encontrar o candidato ideal, eles precisam ser capazes de identificar se o conteúdo é verídico ou não. Saiba mais a seguir.
Como saber se candidato mente no currículo?
Para isso, os recrutadores contam com uma série de estratégias, que são aplicadas desde a primeira verificação do currículo até a entrevista que poder ser presencial ou online. Confira as principais formas de identificar se as informações no currículo são verdadeiras:
1 – Cheque o cargo
Se a posição disponível for sênior, por exemplo, os candidatos devem ter o mínimo de experiência necessária para ocupar o cargo, mesmo que seu último cargo tenha sido pleno.
Nesse caso, ao avaliar a posição informada no currículo, caso a maior parte das experiências tenham sido juniores, ou ainda se o profissional tiver poucos anos de carreira, é provável que ele não esteja apto para um perfil tão elevado de atuação.
2 – Compare com o LinkedIn
Embora algumas pessoas não atualizem a rede social profissional como deveriam, a plataforma costuma ser uma boa referência para saber se há inconsistências com o que foi apresentado no CV.
O ideal é comparar as informações entre o documento e o LinkedIn para ver se são compatíveis. Ali também é possível ver as conexões profissionais e saber se ele tem mesmo contatos relevantes nas empresas onde atuou, ou ainda se possui referências dessas pessoas.
3 – Confirme com a empresa
Uma forma mais tradicional de fazer essa verificação é entrar com a empresa anterior onde o profissional atuou e verificar diretamente se ele, de fato, trabalhou lá. É comum que pessoas que atuem no mesmo ramo busquem em antigos colegas ou gestores com quem tem contato informações sobre esse profissional, ou mesmo que não tenham um contato direto, busquem mais informações sobre ele ao confirmar diretamente na empresa.
4 – Busque o histórico acadêmico
Se houver necessidade de confirmar o perfil acadêmico do profissional, o ideal é consultar diretamente a instituição de ensino e verificar se ele estudou lá e se formou na data informada.
Já cursos extracurriculares e especializações podem ser pesquisados online para verificar se os prazos realmente fazem sentido.
5 – Aplique testes
Em algumas áreas, é preciso conferir informações específicas dos profissionais, como sua capacidade de interpretar texto, experiência com escrita e boa gramática, e até mesmo a fluência em algum idioma.
Para atestar se ele realmente possui essas capacitações, as empresas podem aplicar testes online, ou presencialmente em uma etapa antes da entrevista. As questões podem variar entre conhecimentos gerais, escrita de redação ou questões múltipla-escolha feitas no idioma exigido, para avaliar o conhecimento do candidato.
6 – Faça perguntas específicas
Outra forma de confirmar as experiências é fazendo perguntas específicas durante a entrevista de emprego. Na descrição das atividades realizadas, o profissional pode informar algo que se alinhe com o que é exigido na vaga, mesmo que não realize tal tarefa com frequência. Portanto, é preciso primeiro identificar quais as competências essenciais para a vaga.
A partir daí, peça para o candidato exemplificar de forma prática como foi realizada tal ação em sua empresa anterior. Quanto mais familiarizado ele estiver com essa tarefa, mais detalhada será a resposta.
7 – Avalie as inconsistências
Quando há furos em datas ou inconsistências que parecem irreais considerando o mercado de trabalho, é preciso checar. Se há um período de dois anos sem informações profissionais, o que o currículo indica que houve nesse período? Ou se houve uma mudança brusca de cargo na empresa, o que poderia motivar essa mudança?
Essas questões também podem ser levantadas na entrevista. Por isso é preciso que os recrutadores também confiem em seus instintos, para avaliar se a resposta parece sincera ou inventada.
As mentiras mais comuns no currículo
A verdade é que dificilmente os profissionais incluem mentiras absurdas em seu currículo, inventando cargos ou empresas. Mas, é mais comum do que se imagina aumentar certas competências. Veja as mentiras mais comuns:
Proficiência em outro idioma
Muitas pessoas informam que têm mais fluência em certa língua do que realmente possuem. Nesse caso, especialmente se o idioma for aplicado com regularidade no trabalho, o ideal é realizar parte da entrevista nessa língua, e avaliar se ele consegue se comunicar.
Motivo da saída do emprego
Ninguém quer se sabotar e apontar pontos negativos sobre a própria saída do emprego, mas a mentira aqui pode ser verificada facilmente entrando em contato com a empresa anterior.
Embora não seja preciso entrar em detalhes, as pessoas acabam evitando informar caso tenham sido demitidas.
Para evitar essas mentiras, os profissionais devem investir em seu crescimento profissional. Ao invés de mentir no currículo, o ideal é buscar alcançar o nível de informação que deseja informar ao mercado, seja estudando outro idioma, desenvolvendo certas competências ou se especializando com uma pós-graduação EAD.
Os recrutadores têm como saber se candidato mente no currículo e, mesmo que possam se encaixar ao perfil, vão descartar o profissional pela falta de transparência.
