A importância do Instituto Benjamin Constant

O Instituto Benjamin Constant é um órgão específico, com administração ligada ao Gabinete do Ministro de Estado da Educação e funciona em regime de externato ou de semi-internato, de acordo com a situação socioeconômica e o lugar de residência do aluno.

O Instituto Benjamin Constant foi criado por José Álvares de Azevedo, em 1850, que se preocupou em incluir as pessoas com deficiência visual que que eram excluídas socialmente.

Azevedo nasceu cego, mas era filho de uma família da elite do Rio de Janeiro, foi levado à França, aos 10 anos de idade, para estudar na única instituição especializada de ensino de cegos do mundo naquela época, o Real Instituto dos Meninos Cegos de Paris.

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E lá teve contato com uma metodologia e tecnologia que iria a revolucionar a sua vida e a dos cegos em geral, chamada de Sistema Braille de leitura, criada por Louis Braille, em 1825.

Azevedo retorna ao Brasil aos 16 anos, a fim de difundir o Sistema Braille para lutar pela criação de uma instituição educacional semelhantes a que havia estudado na França.

Começou a proferir palestras nas casas das famílias e nos salões da Corte Imperial e a publicar artigos no jornais da época acerca da importância das pessoas cegas usarem o seu código de leitura.

Azevedo passa a ensinar outros cegos a ler e escrever em Braille e se torna o pioneiro na introdução desse Sistema no Brasil, assim como foi o primeiro cego exercer a função de professor no País.

Ao ensinar uma moça chamada Adélia Sigaud que Azevedo muda, a história da educação de cegos brasileira.
Adélia era a filha de um médico da Corte Imperial, e através dele, Azevedo conseguiu uma audiência com o Imperador Pedro II, que ficou impressionado com o uso do Sistema Braille.

Nessa ocasião, ele apresenta ao Imperador a proposta de se criar no Brasil uma escola de cegos semelhante à de Paris.

O processo da autorização da criação à inauguração da escola demorou quatro anos, e no dia 17 de setembro de 1854 é inaugurada, no bairro da Gamboa, na cidade do Rio de Janeiro, a primeira instituição de educação especial de cegos da América Latina denominado Imperial Instituto dos Meninos Cegos.

A inauguração aconteceu sem a presença de Álvares de Azevedo que falece seis meses antes, vítima de tuberculose, aos 20 anos de idade.

Com a Proclamação da República a escola passa a se chamar Instituto dos Meninos Cegos e, depois, Instituto Nacional dos Cegos.

O aumento do número de alunos cegos, que vinham de todos os estados brasileiros, exigiu novas instalações e foi construída a sede atual que se localiza na Praia Vermelha.

O nome da instituição muda novamente para Instituto Benjamin Constant (IBC), que permanece até hoje.

O IBC reabre as portas em 1944, em 1945, cria o curso ginasial, o que dá acesso de alunos cegos que foram formados pelo instituto às escolas secundárias e universidades.

Como centro de referência nacional em deficiência visual, tem como algumas de suas competências:

– subsidiar a formulação da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva, na área da deficiência visual;

– promover a ascensão intelectual, social e humana da pessoa com deficiência visual e garantir o atendimento educacional e reabilitacional;

– ofertar Educação Precoce, Ensino Pré-Escolar, Ensino Fundamental e Educação Profissional Técnica de Nível Médio, para as pessoas com deficiência visual;

– produzir e distribuir impressos em Braille e em formato específico para pessoas com baixa visão;

– promover o desenvolvimento pedagógico através de pesquisas, cursos e publicações na temática da deficiência visual;

– atuar junto à sociedade, através dos meios de comunicação e de outros recursos, para resgatar a imagem das pessoas com deficiência visual.

Autoria: Juliana Zantut Nutti

Revisão: Nancy Capretz Batista da Silva

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