É comum ouvir conselhos de carreira, seja de colegas de profissão, seja de especialistas do mercado, mas será que todos fazem realmente sentido? Existem muitas dicas para o crescimento profissional, processo seletivo e até sobre como se posicionar em uma organização, mas isso não significa que todas se apliquem.
Até porque cada um segue uma jornada individual na carreira, e é preciso dar espaço para deixar a própria personalidade se destacar e também seguir seus instintos. Ouvir de quem tem experiência é importante, mas se guiar exclusivamente por esses conselhos pode não levar ao resultado esperado.
Além disso, algumas dessas dicas entram em conflito com questões geracionais e, mais ainda, tentam impor uma regra onde não há. Anos atrás, por exemplo, era muito comum que as pessoas ficassem anos na mesma empresa pois mudar constantemente era mal visto.
Hoje, esse cenário já não existe e se o profissional não se adapta ou encontra uma oportunidade mais alinhada com seus objetivos, não é um impeditivo ter apenas um ano em determinada organização.
Conselhos de carreira para evitar
No mar de “faça isso ou aquilo”, os profissionais precisam estar atentos para entender quais conselhos de fato se aplicam a eles. E, como falamos, ouvir os próprios instintos é sempre importante.
Algumas mudanças geram dúvida ou medo e colegas podem se guiar por esses sentimentos para convencer alguém a não dar um passo que pode ser importante. Portanto, antes de mais nada, saiba selecionar o que realmente faz sentido, sem deixar de se ouvir. Confira cinco conselhos de carreira para não seguir:
1 – O silêncio é a melhor saída
Não é fácil dizer o que pensa na empresa, especialmente se as lideranças não estiverem abertas ao diálogo. Acontece que há muitos conselhos que indicam que o melhor é “deixar suas opiniões para lá” e ficar quieto para não perder o emprego.
Isso não deveria ser incentivado justamente pois há formas eficientes de dialogar que podem levar a melhorias. Portanto, não é sobre dizer o que pensa ou não, mas sim como fazê-lo.
Ao invés de criar um conflito, converse de forma honesta e, de preferência, privativa, com alguém, exponha suas dificuldades de forma que deixe claro como o outro pode afetar suas tarefas, e proponha soluções.
Saber ouvir também é importante nesse processo. Isso permite que os envolvidos no conflito pratiquem empatia e tentem trabalhar melhor uns com os outros.
2 – Não arrisque
Emprego estável, com bons benefícios e plano de carreira é o sonho, não é mesmo? Mas e se, mesmo assim, o profissional estiver insatisfeito? E se descobrir que quer transformar um hobby em carreira, ou apenas encontrou outras atividades que lhe interessam mais e quer explorar esse lado?
Muitas pessoas podem ouvir esses questionamentos e rebater com frases como “Para que mudar, se está bem onde está?”. Isso tem mais a ver com as próprias inseguranças da pessoa, e não com suas escolhas profissionais.
Portanto, mesmo que receba mensagens desencorajadoras, siga no planejamento. O importante é não agir por impulso e fazer um planejamento para que a transição aconteça tranquilamente.
3 – Escolha uma profissão que dê dinheiro
Todo mundo quer ser bem remunerado pelas atividades que executa, mas esse não pode ser o único fator na escolha de um caminho profissional. Uma pessoa vai passar muitos anos, décadas até, na mesma área, e escolher apenas considerando os benefícios financeiros pode gerar insatisfação.
Se sentir realizado no trabalho é importante para o bem-estar a longo prazo e o oposto tornará o profissional infeliz e desinteressado em se desenvolver. Isso, inclusive, pode gerar o efeito oposto: sem interesse pela profissão, deixa de evoluir e acaba estagnado, inclusive financeiramente.
4 – Foque em melhorar as fraquezas
Essa é importante pois é muito comum ouvir que é preciso focar em aperfeiçoar os pontos fracos. Isso não é uma mentira, mas gastar mais tempo, energia e dinheiro em aspectos em que não é tão bom ocupará um espaço precioso onde poderia estar potencializando suas melhores características, se tornando um especialista.
5 – Siga a carreira em alta
Nos últimos anos, cargos e novas profissões voltadas para a tecnologia têm crescido. O mercado cada vez mais digital gera dados que precisam ser coletados e analisados para gerar relatórios que ajudem no planejamento das empresas.
Com isso, muitas pessoas entendem que a tecnologia é a solução e decidem se debruçar sobre esse aspecto, mesmo sem ter aptidão para isso. Trabalhar com planilhas e números, assim como qualquer coisa, pode ser aprendido, mas não irá levar o profissional longe se ele não se sentir realmente interessado.
É importante sim se atualizar e entender como a tecnologia influencia a profissão atual, mas isso não significa se adaptar a um formato onde claramente não se sente confortável. Como profissional, pode enfrentar queda na produtividade, e como pessoa pode se ver infeliz na carreira.
Portanto, continue se desenvolvendo profissionalmente com cursos e especializações da pós Anhanguera, mas garanta que as escolhas estejam alinhadas com o que te fará feliz, e não apenas para atender conselhos de carreira.