Como aplicar o índice da Felicidade Interna Bruta nas empresas

equipe feliz para ilustrar texto sobre como aplicar o índice da Felicidade Interna Bruta nas empresas

O bem-estar dos colaboradores tem se tornado uma prioridade nas empresas, que veem nesse esforço uma oportunidade de engajar as pessoas e tornar o ambiente corporativo mais positivo. Nesse sentido, é preciso compreender o que é e como aplicar o índice da Felicidade Interna Bruta nas empresas

Esse indicador, criado para analisar o bem-estar nos países, tem se tornado um índice importante também nas empresas, ajudando a avaliar o nível de engajamento, saúde mental e produtividade das equipes. 

O que é Felicidade Interna Bruta

Também chamada de FIB, o termo foi cunhado pelo rei do Butão, Jigme Singye Wangchuck em 1972. Segundo ele, há outros critérios além dos quantitativos, incluindo o PIB (produto interno bruto) que devem ser avaliados e considerados por uma nação para medir o desenvolvimento de sua população. Baseado nos conceitos budistas, o país prega a proteção ao meio-ambiente, cuidados familiares e bem-estar humano. 

A ONU (Organização das Nações Unidas) se baseou nesses conceitos e desenvolveu as bases para as quais todos os países podem medir seu FIB, muitos deles atrelados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, como educação para todos, cuidado com o meio-ambiente e acesso à saúde.

FIB no ambiente corporativo

Embora seu conceito seja abrangente, a FIB pode ser facilmente relacionada com o ambiente de trabalho, especialmente dadas as transformações do mercado. Vimos, nos últimos anos, um crescimento exponencial nos problemas relacionados à saúde mental dos brasileiros. 

O país tem um dos maiores índices de pessoas com ansiedade no mundo, e o período de pandemia só aumentou as crises de burnout. Com isso, o cuidado com esse aspecto do bem-estar dos profissionais se tornou uma prioridade das organizações. E é aí que o FIB se encaixa, pois permite medir a felicidade dos colaboradores. 

Por meio de algumas ações, é possível avaliar o índice de felicidade geral e, a partir desses resultados, buscar ações que melhorem a relação dos colaboradores com a organização. Um profissional satisfeito com seu trabalho terá um desempenho melhor e se entregará mais a cada tarefa realizada. 

Como aplicar o índice da Felicidade Interna Bruta nas empresas

Embora não haja uma regra universal para aplicar o FIB, a ONU sugere um questionário, com base nas práticas desenvolvidas pelo Butão, pequena nação asiática nos Himalaias. As perguntas são baseadas nas temáticas estabelecidas, como citamos acima. 

O ideal para começar o processo de análise é fazer um questionário e consultar as pessoas. As perguntas, mesmo dentro dos temas, têm que estar relacionadas ao dia a dia, pois precisam oferecer insights claros de como o trabalho contribuiu ou não para esse nível de felicidade.  Veja como avaliar a felicidade com base nos nove temas-chave estabelecidos pela ONU:

1 – Bem-estar psicológico: os profissionais enfrentam altos picos de estresse? A empresa tem lidado com colaboradores passando por síndrome de burnout? Existe algum tipo de apoio profissional nesse sentido para as pessoas?

2 – Saúde: é comum que os colaboradores fiquem doentes? Isso pode estar relacionado com o ambiente físico insalubre? Ou pode ser uma consequência de horas excessivas de trabalho? Como a empresa incentiva a saúde dos colaboradores?

3 – Uso do tempo: as pessoas procrastinam muito para realizar uma tarefa? Eles trabalham melhor de casa ou no escritório? Eles se sentem bem fazendo seu trabalho?

4 – Educação: o quanto os profissionais investem no aperfeiçoamento profissional? Eles estão fazendo cursos, investindo em especialização, como uma pós-graduação EAD?

5 – Vitalidade comunitária: como é a relação entre as pessoas? O clima organizacional é positivo? Os colaboradores têm boa relação com os colegas e com os gestores? Eles trabalham bem em equipe?

6 – Cultura: como a empresa se comunica com todos? De que maneira mostra que está empenhada em assegurar a felicidade das pessoas?

7 – Governança: eles sentem que pertencem a organização? Conseguem ver valor do que é feito? Se sentem parte das realizações?

8 – Meio ambiente: o local de trabalho é adequado? As pessoas se sentem confortáveis, têm o espaço necessário, bem como as ferramentas corretas para realizar seu trabalho?

9 – Padrão de vida: os salários e benefícios são compatíveis com o mercado de trabalho? Existe um planejamento financeiro para os colaboradores?

Por que apostar na felicidade dos colaboradores

Pode até parecer óbvio, mas mesmo que uma empresa não faça nada para aumentar a felicidade dos colaboradores, ela deve, no mínimo, não torná-los infelizes. Mas o meio corporativo pode ser intenso e gerar pressões que fazem com que as pessoas percam o interesse em seu trabalho. 

Uma pesquisa recente mostra que 72% dos brasileiros não estão engajados no trabalho e, embora alguns motivos estejam relacionados à satisfação pessoal, é a falta de comprometimento da organização com questões básicas que mais os afasta das funções. 

A conta, na verdade, é básica: pessoas felizes vivem melhor, e isso influencia também em seu trabalho. Quem não se sente bem no ambiente corporativo vai, aos poucos, perdendo a vontade de se dedicar. Deixa de investir em novos conhecimentos, para de dar boas sugestões, diminui a produtividade e se desconecta dos propósitos da organização. 

Entender como aplicar o índice da Felicidade Interna Bruta nas empresas é uma forma de evitar esse comportamento e continuar mantendo as pessoas motivadas e engajadas. 

Veja mais artigos da categoria

Compartilhe!

Follow by Email
Facebook
X (Twitter)
Instagram
WhatsApp

Recomendações para você

Acompanhe!