Psicoterapia infantil: As contribuições de Melanie Klein

Melanie Klein, pioneira no atendimento infantil, em três décadas de produção deixou um legado precioso e bastante consistente sobre a teoria e a técnica psicanalítica. Dessa forma, o seu trabalho foi merecidamente reconhecido a ponto de criar uma escola de pensamento sobre a psicoterapia infantil. Suas considerações sobre o brincar se transformaram em uma técnica do brincar, utilizada até os dias atuais. Klein observou que é no brincar que as crianças comunicam suas ansiedades e fantasias.

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A psicanalista demostrou em suas obras e também pelo reconhecimento de seus pares que desenvolveu uma profunda compreensão sobre o funcionamento psicológico da criança. Dessa forma, ao compreender as emoções que se fixavam na subjetividade da criança, também contribuiu para que fossem entendidos os núcleos infantis na personalidade do adulto. Klein enfatizou em seus estudos que existia uma estrutura primitiva das emoções infantis que persistiam ao longo da vida da criança chegando até a vida adulta.

A obra de Melanie Klein, pode ser dividida em três momentos.

O primeiro momento, em 1932, publicou “A psicanálise da criança”. Trata-se de uma obra que traz fundamentos a análise com crianças. O eixo em destaque é a esboço sobre o complexo de Édipo e o superego até as raízes de seu desenvolvimento. Em 1934, definiu um importante conceito sobre posição depressiva e os mecanismos de defesa maníaca. E no ano de 1946, terceiro momento de sua obra, foi caracterizado o estágio mais primitivo da mente, denominado de posição esquizo-paranóide.

Esses últimos conceitos chamados de posições (depressiva e esquizo-paranóide) tem a finalidade de definir a estrutura do superego e do ego, assim como a forma do indivíduo se relacionar socialmente em cada posição.

É inegável a vocação analítica de Klein. Segundos autores que escreveram sobre ela, são unanimes ao reconhecerem nela, grande imaginação e a capacidade que a analista tinha para realizar observação clínica.

Uma curiosidade sobre Melanie Klein, trata-se de que seu primeiro paciente foi seu filho, de 5 anos, chamado Erich. Dessa experiência a psicanalista escreveu “Contribuições à análise na primeira infância”. Segundo relato, o menino apresentava inibição intelectual e bloqueios da curiosidade. As observações que Klein foi registrando a respeito do desenvolvimento de Erich, foram apresentadas à Sociedade Psicanalítica de Budapeste.

Em 1960, aos 78 anos, Melanie Klein, ainda cheia de vitalidade com a mente fervilhando de ideias, trazia inquietações e especulações junto aos seus pares sobre pesquisar a vida intra-uterina. Em seus textos autobiográficos constam anotações sobre religião e memória. Tinha a convicção de que suas ideias poderiam ser levadas a diante por outras pessoas.

Pode-se notar que Klein permanece ativa até o fim de sua vida, no entanto, em 22 de setembro de 1960 viria a falecer devido complicações pós-cirúrgica. Porém, sua obra se tornou imortal, sendo transmitida a novas gerações de psicoterapeutas de criança.

Autoria: Karla Cristina Gaspar

Revisão: Fernanda Otoni

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