Rolihlahla Mandela, mais conhecido como Nelson Mandela (1918-2013) , foi presidente da África do Sul e um dos grandes nomes mundiais da luta contra a descriminação racial. Ao lado de Walter Sisulo e Oliver Tambo, Mandela fundou a “Liga Jovem do Congresso Nacional Africano (CNA)”, que se tornou o principal meio de representação política da população negra da época.
Mandela lutou contra o regime do Apartheid na África do Sul, sendo condenado em 1964 à prisão perpetua. Após 26 anos, foi libertado após grande pressão internacional, que aplicou diversas sanções ao governo local. Mandela é a figura mais emblemática na luta pela igualdade racial, tendo recebido mais de 250 prêmios e condecorações, incluindo o Nobel da Paz em 1993, a Medalha Presidencial da Liberdade dos Estados Unidos e a Ordem de Lenin da União Soviética.
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A infância de Nelson Mandela
Nelson Mandela nasceu no dia 18 de julho de 1918, em Mvezo, um pequeno vilarejo, na África do Sul. Descendente de uma família de nobreza tribal, da etnia Xhosa, perdeu os pais aos nove anos de idade e então foi levado a uma vila real (situada no país), onde passou a morar com o regente do povo Tambu que supriu todas as suas necessidades, provendo, inclusive, a sua formação escolar. Foi na escola primária, onde recebeu da professora o nome de Nelson, em homenagem ao Almirante Nelson, seguindo o costume de dar nomes ingleses a todas as crianças que frequentavam a escola.
Mais tarde, em 1939, ingressou no curso de Direito da Universidade de Fort Hare, a primeira no país a oferecer formação para negros. Mandela sempre teve um espírito questionador, e acabou se envolvendo em uma série de protestos por diversas causas dentro do campus, o que o obrigou a abandonar a faculdade. Foi então que decidiu ir em direção à cidade grande, onde se deparou com um cenário ainda mais racista.
Apesar de estar imerso em um regime segregador, ele foi em frente e acabou se graduando em Artes e, mais tarde, completando a grade de Direito da Fort Hare.
A luta contra o Apartheid
A colonização deixou histórias de terror ao redor do mundo, mas a da África do Sul perdurou de forma particularmente cruel. A herança de ideais de superioridade branca ajudou que o homem europeu instituísse leis que sustentaram o regime do apartheid por muitos anos, como o registro de raça obrigatório na certidão de nascimento, proibição de casamento inter-racial, segregação em bairros, escolas e espaços públicos.
A lista era longa e suprimiu direitos dos cidadãos negros e os empurrou à margem da sociedade, o que causou muitos episódios de violência no país.
Com o avanço dos anos, muitas pessoas contrárias a tais absurdos se juntaram pelo fim do apartheid. Ao lado de Mandela estavam Walter Sisulo e Oliver Tambo, que fundaram a Liga Jovem do Congresso Nacional Africano (CNA), em 1944, a principal via de representação negra na política local.
O jovem Nelson Mandela em 1940
Numa dessas perseguições aos revolucionários, Mandela acabou preso e condenado à prisão perpétua. Anos mais tarde, na década de 1980, houve uma forte onda de condenação internacional ao apartheid, o que resultou em um plebiscito local que colocaria fim ao regime radical. Finalmente em 11 de fevereiro de 1990, Frederik de Klerk, o então presidente da África do Sul, libertou Mandela e juntos começaram um novo capítulo na história do país.
No dia em que saiu da prisão, Mandela fez o seguinte discurso: “Eu lutei contra a dominação branca e lutei contra a dominação negra. Eu tenho prezado pelo ideal de uma sociedade democrática e livre, na qual todas as pessoas possam viver juntas em harmonia e com iguais oportunidades. É um ideal pelo qual eu espero viver e que eu espero alcançar. Mas caso seja necessário, é um ideal pelo qual eu estou pronto para morrer”.
Três anos mais tarde, Mandela e o presidente de Klerk assinavam uma nova constituição nacional, em que era colocado o fim a mais de 300 anos de domínio da minoria branca. Graças aos seus esforços, Mandela e de Klerk receberam o Prêmio Nobel da Paz como reconhecimento pelo longo e incrível trabalho pelos direitos humanos e civis dos seus conterrâneos.
Com o fim da perseguição aos negros, o CNA foi liberado a retomar suas atividades políticas e apresentou o próprio Mandela como candidato à presidência nas primeiras eleições democráticas do país. Com 60% dos votos válidos, Nelson Mandela, foi eleito presidente da nação em 1994.
A eleição de Mandela foi um marco divisório na história do país, que migrou do regime draconiano para a democracia, elegendo o primeiro governante negro, que tinha como objetivo reconciliar oprimidos e opressores. Com a proposta de proporcionar a transição para a democracia multirracial, o governo Mandela teve sua maior realização na criação da Comissão da Verdade e Reconciliação – encarregada de apurar, os fatos ocorridos durante o regime apartheid.
Após deixar o cargo mais alto do executivo, Nelson Mandela continuou lutando ao redor do mundo contra regimes opressores. Até o final de sua vida pudemos ver uma figura combativa e apaixonada pela liberdade, que dialogava como outros grandes líderes de boa vontade. O “Mandela Day” é lembrado em todo o mundo no dia 18 de julho, de forma que representa ser o legado de Nelson Mandela de toda a humanidade e não somente de seu país.
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