Quem foi Paulo Freire

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Nasceu em Recife (PE) em 1921 e viveu como cidadão do mundo. Filho de Joaquim T. Freire e de Edeltrudes Freire, morou na capital pernambucana até os 10 anos de idade. Foi quando, junto da família, mudou-se para Jaboatão dos Guararapes, no mesmo estado. Aos 13 anos, perdeu o pai e, ao lado de sua mãe e outros três irmãos, teve de fazer escolhas que guiariam seu futuro.

Sem condições de continuar custeando os estudos dos filhos com a ausência paterna, a mãe pediu ajuda ao diretor do colégio Oswaldo Cruz da época para que Freire continuasse estudando por meio de uma espécie de bolsa. Assim, o adolescente seguiu como auxiliar de disciplina na escola para pagar seus estudos. Mais tarde, Freire se tornaria professor de língua portuguesa na mesma instituição.

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Dez anos depois, em 1943, ingressou na Faculdade de Direito do Recife. E, logo em seguida, casou-se com Elza Maria Costa de Oliveira, também professora. Juntos, eles tiveram cinco filhos.

Mesmo depois de formado em Direito, continuou lecionando no colégio Oswaldo Cruz e também na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Pernambuco, onde atuava como tutor na cadeira de Filosofia da Educação. Em 1955, juntou-se a outros educadores progressistas e fundou o Instituto Capibaribe, que continua em atividade até os dias de hoje.

Referência internacional

Paulo Freire foi um educador brasileiro revolucionário, responsável por muitas conquistas na educação, mas um de seus primeiros destaques foi a criação do método desenvolvido para alfabetização de adulto, em que trabalhava com palavras retiradas da própria realidade dos estudantes. Esse modelo – que levava seu próprio nome – deu tão certo que foi levado para muitos outros países, como Estados Unidos e Ucrânia.

Pedagogia do Oprimido, seu livro de 1968, também se tornou uma das referências da área e, segundo um levantamento feito no Google Scholar, figura atualmente como a terceira obra mais citada em trabalhos acadêmicos da área de humanas no mundo todo.

De acordo com Elliot Green, professor da London School of Economics que participou desta pesquisa, Freire foi citado mais de 72 mil vezes nos trabalhos, ficando a frente de outros grandes nomes, como dos filósofos Michel Foucault, com 60.700 citações, e Karl Marx, com 40.237.

Paulo Freire
Imagem: LSE Blog (divulgação)

Carreira Internacional

Graças ao modelo de alfabetização que citamos anteriormente, Freire ganhou notoriedade, afinal, ensinar 300 pessoas simples a lerem e escreverem em apenas 45 dias (sim, esses números são reais) não era algo que a sociedade presenciava facilmente.

Essa experiência fez com que João Goulart, o então presidente da república, lançasse o Plano Nacional de Educação, com o intuito de formar educadores em larga escala. Contudo, o projeto foi suspenso devido ao período ditatorial.

Por conta disso, Freire ficou optou mudar-se para o Chile, onde teve outra oportunidade de trabalhar com seu modelo alfabetização de adultos.

Depois da sua temporada no país latino-americano, Freire embarcou para a Inglaterra onde lecionou por uma década na Universidade de Harvard. na Europa ele também atuou como conselheiro de educação em Genebra, na Suíça, além de prestar consultoria em países em desenvolvimento, os chamados “terceiro mundo” naquela época.

No começo dos anos 1980, o educador retornaria ao país natal, desta vez escolhendo São Paulo para chamar de casa. Atuou como professor das renomadas Unicamp e PUC-SP e, mais tarde, foi o Secretário da Educação na prefeitura da capital a convite de Luiza Erundina.

Freire nos deixou em maio de 1997, mas os 41 títulos de Doutor Honoris Causa em universidades como Harvard, Oxford e Cambridge, contam a sua história por si só.

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