Saúde mental dos colaboradores: quais ações podem ser colocadas em prática pelas empresas?

imagem para ilustrar o texto de saúde mental dos colaboradores

Há algum tempo, as discussões sobre saúde mental dos colaboradores têm tomado as redes de conversa sobre o mercado de trabalho. Esse movimento se intensificou com a pandemia e, hoje em dia, o cenário preocupa cada vez mais as companhias e seus executivos, que querem melhorar o bem-estar de seus profissionais.

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Algumas pesquisas, inclusive, confirmam as percepções do mercado em geral. O Guia Salarial 2022, por exemplo, da Robert Half, apontou que 53% dos executivos pensam que suas equipes estão mais propensas a sofrer com ansiedade, estresse e até mesmo Síndrome de Burnout, um cenário que vai de encontro com o cenário geral da pandemia.

Ainda de acordo com a pesquisa, os principais gatilhos são justamente o medo de ser demitido, trabalhar com equipes reduzidas, estar em home office com os filhos em casa, pressão por resultados e cargas mais pesadas no expediente. Todos esses pontos se conectam com o atual momento, e a perspectiva é de que os impactos na saúde mental dos trabalhadores seja um dos grandes impactos da pandemia.

Saúde mental dos colaboradores para além da pandemia

Contudo, a pandemia não é a única culpada por esse quadro preocupante. Há muito tempo, sabemos que escritórios estressantes, com líderes sem treinamento, cobranças abusivas e um grande volume de trabalho são fatores que prejudicam a qualidade de vida dos profissionais.

Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alterou a definição de Síndrome de Burnout para uma situação resultante “de estresse crônico de trabalho que não foi administrado com sucesso”. No ano anterior, a ISMA-BR, International Stress Management Association do Brasil, conduziu uma pesquisa que concluiu que 32% dos brasileiros sofriam de burnout, sendo que 92% destes não se sentiam em condições para trabalhar, mas seguiam suas rotinas pelo receio da demissão.

Isso significa que a melhora nas condições sanitárias, e o início do retorno à normalidade de 2019, não serão o suficiente para garantir a saúde dos colaboradores. As empresas precisam fazer mais, contudo, o que de fato elas podem colocar em prática?

7 formas de priorizar a saúde mental na sua empresa

1 – Identifique os problemas a serem endereçados

O primeiro passo nessa jornada é justamente dar um passo para trás, para olhar em perspectiva para a realidade da companhia e identificar problemas e pontos de atenção. Para isso, converse com alguns profissionais, levante o assunto com outras lideranças, cheque o histórico de colaboradores que reportaram questões de saúde mental e faça um mapeamento robusto.

Dessa forma, você poderá enxergar tudo o que precisa passar por melhorias, sabendo de detalhes especificidades de cada setor e equipe, antes de montar o seu plano de ação.

2 – Treine as lideranças

Dentro desse plano, uma movimentação crucial é garantir o treinamento de lideranças. Vamos supor que você identifique problemas relacionados ao cumprimento de horários, com grande acúmulo de horas extras, e equipes operando sob líderes hostis. Para que esses problemas sejam resolvidos, é preciso restabelecer aspectos do trabalho e garantir que a liderança esteja alinhada e comprometida com todas as alterações.

Isso representa equilibrar a teoria com a prática, assegurando que as novas medidas de fato serão realizadas. Além disso, treinamentos são fundamentais para que gestores compreendam as mudanças em soft skills que também precisam ser incorporadas. Por exemplo, lapidar as habilidades de comunicação, desenvolver uma escuta ativa e ter um olhar empático sobre os colaboradores.

3 – Estabeleça processos para identificar situações de alerta

Ter uma liderança alinhada, inclusive, facilita a implementação de processos para perceber sinais de alerta nas equipes. Seja com sistemas mais estruturados, ou uma cultura que prioriza a atenção ao comportamento dos colaboradores, é importante colocar a saúde mental como prioridade, o que favorece a rápida percepção de que algo está “saindo dos trilhos”.

Por exemplo, estabelecer conversas periódicas com os times aproxima os gestores de outros profissionais, criando laços e conexões que promovem essa facilidade de identificar situações que podem escalar para questões de bem-estar.

4 – Desenvolva um sistema confortável de feedbacks

Para além de um sistema de observação e identificação de problemas, as companhias também necessitam de processos para que colaboradores afetados expliquem pelo que estão passando.

Isso acontece quando os profissionais se sentem acolhidos e ouvidos na hora de reportar que não estão bem, ou que alguma prática da empresa está afetando o seu bem-estar. Contudo, nem todos gostam de estabelecer uma conversa mais aberta, o que pode dificultar a identificação de colaboradores que precisam de suporte.

É por isso que ter um sistema efetivo de feedback, como recomenda a Robert Half, pode ajudar na construção de um ambiente mais saudável. Algumas ideias são o desenvolvimento de um canal próprio de comunicação, e-mails anônimos e espaços mais privados, como fóruns e outras iniciativas de comunicação interna.

5 – Não se esqueça dos benefícios relacionados ao bem-estar

Independente do modelo de plano de ação, que deve ser montado de acordo com as características e necessidades de cada empresa, um ponto que não pode ficar de fora é a oferta de benefícios. Eles complementam todos os esforços internos, demonstram preocupação e também reconhecimento pelo trabalho dos colaboradores.

Ofereça um plano de saúde, mas não pare por aí. Hoje em dia, as empresas têm opções como serviços de psicoterapia online, descontos e isenções em academias e outros espaços, incentivando atividades físicas, conversas com especialistas em saúde mental, dentre outras possibilidades. Algumas ideias também incluem proporcionar momentos de aprendizado fora do trabalho, como uma bolsa de estudo ou descontos para cursos, por exemplo.

6 – Monte um cronograma de atividades para descontração

Além de benefícios que podem ser utilizados fora do expediente, também é interessante ter um cronograma com atividades de descontração para o cotidiano. Sem que isso prejudique o funcionamento das equipes, e respeitando os limites e vontades de cada colaborador, pensa em maneiras de tornar a rotina mais leve, com pausas estratégicas e momentos que contribuam com a saúde mental.

Alguns exemplos são aulas de yoga, ginástica laboral, meditação, eventos e outras atividades que sejam leves, como aulas de culinária, dança e até mesmo jogos, como os “escape rooms”.

7 – Respeite os horários e momentos pessoais dos colaboradores

Enfim, é importante lembrar que por mais que atividades de descontração e momentos extras sejam importantes, eles não podem consumir muito tempo pós-expediente dos profissionais. As pessoas gostam de ter seus horários respeitados e de ter tempo para a vida pessoal, um fator que impacta diretamente na qualidade e produtividade do trabalho.

Por isso, organize um cronograma que não seja obrigatório, não extrapole os horários de trabalho e respeite o tempo que as pessoas dedicam aos seus trabalhos. A saúde mental também depende dos seus momentos fora do ambiente de trabalho, e é papel da companhia garantir que eles não sejam prejudicados pelo expediente.

Enfim, se você deseja trabalhar ainda mais suas capacidades para melhorar a saúde mental dos colaboradores da sua empresa, considere fazer uma especialização online, como a Pós Pitágoras.

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